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terça-feira, 29 de novembro de 2011

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: Barra Mansa pode ter uma Deam


É de conhecimento geral que o Brasil é um dos países que mais relatam casos de violência contra as mulheres. Dados divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres revelam que a “Central de Atendimento à Mulher – ligue 180 realizou, de abril de 2006 até o final de outubro de 2011, mais de dois milhões de atendimentos (2.188.836). A partir de janeiro de 2007, quando o sistema foi adaptado para receber informações sobre a Lei M aria da Penha, a busca pelo serviço contabilizou 438.587 registros. De janeiro a outubro desse ano foram contabilizadas 530.542 ligações. Nesse período foram registrados 58.512 relatos de violência contra a mulher. Desse total, 35.891 foram casos de violência física; 14.015 de violência psicológica; 6.369 de violência moral; 959 de violência patrimonial; 1.014 de violência sexual; 264 de cárcere privado; e 31 de tráfico de mulheres” (dados do portal da Agência Patrícia Galvão).
Fiz o levantamento desses dados porque a edição n° 549 do jornal semanal Foco Regional traz, na página 9, uma matéria que revela o desejo (e a necessidade) que Barra Mansa tem de possuir uma Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). De acordo com a matéria 50% das ocorrências envolvem a violência contra a mulher. Esse alto número evidencia a necessidade da cidade de possuir uma delegacia especializada.
O que chama a atenção é que na região, apenas uma cidade conta com uma Deam. Volta Redonda tem desde 2007 sua Delegacia Especializada no Atendimento à mulher.
Há pouco tempo eu entrei em contato com eles num levantamento para o programa Comunidade Alerta, da rádio Sul Fluminense, mas eles não souberam precisar a média de atendimentos. Contudo a informação que recebi é o que “mata a charada” dos altos índices relatados acima. A informação mostra que o número de registros aumentam após os fins de semana e os feriados e, majoritariamente, estão associados ao consumo de bebidas e de drogas. Lembrando que a maioria também, acontece entre quatro paredes, ou seja, violência doméstica.
A violência contra as mulheres é algo tão primitivo que manteve enraizada a sua essência: o poder que os homens exerciam sobre as mulheres no passado. E hoje isso é evidente em nossa sociedade. O homem ainda não se deu conta de que as mulheres estão cada vez mais independentes, ou melhor, se deram conta disso, mas não aceitam.
O que cabe às integrantes do sexo feminino é usufruir da lei para ser livrarem dessas raízes. É bem verdade que o aumento no número de registros é fruto da coragem das mulheres estão vencendo essa barreira. Contudo ainda há muitos lares que abrigam esse tipo de violência. Ainda há muitas mulheres que vivem sob essa angústia.
Então eu apoio uma Deam em Barra Mansa. Será mais uma ferramenta que virá para completar esse serviço de alta qualidade que a policia tem exercido no município. Só espero que não venha carregado de interferências políticas. Até porque o vindouro ano é terreno fértil para isso. Espero que nossa classe política exerça sua função e tenham o mínimo de sensibilidade de não fazer política em cima de algo que trata de um assunto sério como é o trabalho de uma delegacia. Se bem que, pelo tempo que levou para levantarem essa idéia de uma Deam em Barra Mansa, e essa idéia vir justamente quando os roncos dos motores da política estão começando a ecoar, é bem provável que, caso inauguremos uma unidade dessa na cidade, o discurso de inauguração venha carregado de “Senhores cidadãos... (leia-se – Senhores eleitores)”.
Johnata Augusto Rodrigues Amado de Carvalho

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