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sábado, 11 de fevereiro de 2012

GREVE DA POLICIA

Policiais em greve se reunem no pátio do Batalhão

Tropa de Choque se concentra no Aterrado

Policiais aquartelados

Comandante recebe Tropa de Choque

O final da noite da quinta-feira, 09/02/12, e o inicio da sexta 10/02/12 entrarão com certeza na história do país. Sobretudo, num dos Estados mais movimentados, belo e violento do Brasil: o Rio de Janeiro. A data marca o inicio da greve de uma instituição de 203 anos, que durante toda sua existência foi o escudo da sociedade carioca e que, por vezes, se chocou com o muro da corrupção e desonestidade que afronta constantemente a integridade moral do cidadão brasileiro. A data marca a greve da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro, bem como também, a paralisação do Corpo de Bombeiros e da Policia Civil do Estado. Esse ultimo, mais por conta da solidariedade e do reconhecimento em prol das categorias militares. O fato é que a Policia Militar do Rio é um dos alvos mais largos para a entrada da corrupção e, também, da violência. Se por um lado os policiais são quase que obrigados a saírem de sua conduta moral para pagar suas contas, por outro, são quase que obrigados a assumir a linha de frente no combate à violência, ao tráfico e, por que não, cobrir os erros do sistema. Aliás, quando se fala em sistema, nos vem a cabeça algo vazio e irracional. O que é esse sistema? Se pegarmos a palavra em si e defini-la, estaremos bem próximos da interpretação do que é esse, tão falado, sistema. A definição é objetiva: Sistema é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado. Agora fica fácil identificar onde se encontra o problema e porque o nosso sistema brasileiro é o culpado por tanta desordem. A interconexão de elementos (Política, Economia, Social) é falha. A Economia não está para o Social, assim como o Social não está pra Política. É absurdo os números investidos pela política em setores da sociedade que não requerem tanto. Assim como é absurdo o numero de votos da sociedade em prol de “palhaços” da política. Então o resultado dessa série de equívocos é o sistema atual, que força uma das categorias mais importantes do país, a “cruzar os braços”. Sinceramente, o que se viu hoje nos batalhões da PM do Rio de Janeiro e também nos quartéis dos Bombeiros, foi uma vergonha. Sobretudo pela simplicidade das reivindicações. É inexplicável o salário e as condições dos Policiais Militares e Bombeiros que defendem um dos Estados mais poderosos do país. É inexplicável o salário absurdo da classe política. É inexplicável a facilidade com que se tem, o sistema, de se complicar tanto, sendo que bastava apenas encaixar as interconexões de um modelo de sociedade que já está pronto e vem se preparando e evoluindo ainda mais. Em Volta Redonda, no 28° Batalhão da PM, o sol ardia o lombo da imprensa e dos policiais que participavam do movimento enquanto o Corregedor da Policia Militar do Rio, que chegou em seu helicóptero, lavrava documentos e dava voz de prisão aos “cabeças” do movimento. Um deles, o cabo Pablo Rafael, que deu declarações para o Programa Show do Uiara Araújo, da rádio Sul Fluminense, foi preso e encaminhado para o presídio de Bangu 1, no Rio. Além dele, outros cinco foram presos em Volta Redonda. Além disso, do total de 159 policiais punidos administrativamente ou detidos, 129 estão em Volta Redonda. Os PMs com mandado de prisão expedido, também serão expulsos da corporação. Além de toda a união dos grevistas no Batalhão que, em determinado momento contou com a força dos Bombeiros, chamou a atenção a ação tomada pelo Governo do Estado junto ao Comando Geral da PM, de mandar recrutas, sem autorização para andar armados e sem o treinamento devido, para as ruas da cidade. Um dos grevistas disse que era uma tática da Policia para “arquitetar” um cenário do qual a imprensa divulgaria que não há greve. Contudo, nossas lentes e microfones captaram a mais bela imagem e o mais belo som que dizia: “Juntos Somos Fortes” e “A PM parou”. A Tropa de Choque da PM do Rio marcou presença na Cidade do Aço, com seu efetivo de cerca de 100 homens e com suas 20 viaturas que, tantas vezes, foram usadas no combate ao crime (como na prisão do traficante Nem) e que agora servem para calar a própria raiz. O relato positivo desse dia agitado foi a forma pacifica com que o movimento se deu. Os grevistas aquartelados, sem armas, se mantiveram no pátio do batalhão acompanhando  toda a movimentação da cúpula. O fato é que a greve continua e, segundo os grevistas, só irá acabar quando houver um acordo. Entretanto, para que isso aconteça, o competente Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, terá que ter sabedoria para abandonar o orgulho e o “tipo durão” e abrir os corredores da comunicação para negociar com os militares.Torcemos para que isso aconteça. Pois, embora haja tentativas de maquiar esse movimento, o mundo está de olho no Brasil, no Rio. Assim sendo, não há muita alternativa, a não ser vestir a camisa do país e tratar os brasileiros de igual pra igual. Boa sorte a todos nós! Pra frente Brasil, pra frente Rio de Janeiro. Pra frente cidadãos de bem e trabalhadores. Que avance a democracia!
Johnata Augusto Amado
Abaixo você confere os áudios de algumas entrevistas. 
Carreata dos Bombeiros apoia PMs no Batalhão

PMs detidos acenam para companheiros

Corregedor chega de helicóptero

Recrutas vão para as ruas

Cabo Pablo Rafael desceu pra Bangu I

pm desabafa by My Recording on Grooveshark

Campanário by My Recording on Grooveshark

Juntos Somos Fortes by My Recording on Grooveshark

Renato Soares by My Recording on Grooveshark

Padres by My Recording on Grooveshark










































































Deflagrada na ultima sexta-feira, a greve dos policiais militares e civil e dos bombeiros, vem acontecendo de maneira discreta e pacifica. No segundo dia do movimento a Policia Civil decidiu suspender a paralisação, porém bombeiros e policiais militares ainda prosseguem de braços cruzados, mesmo com as fortes represálias. Na noite de sábado a Tropa de Choque da PM transferiu 151 policiais do 28° batalhão para batalhões da Baixada Fluminense. Além disso, outros seis PMs considerados lideres do movimento foram presos e levados para o presídio de Bangu I. Alguns Batalhões do interior não aderiram a greve. Em Volta Redonda policiais que estavam aquartelados no pátio do 28º Batalhão desde a madrugada de sexta-feira, deixaram o local e se uniram aos Bombeiros numa carreata que percorreu a cidade e se estendeu até Barra Mansa e também em Pinheiral. Além das reivindicações que levaram ao movimento grevista, a carreata foi marcada pelo pedido de anistia aos PMs presos. Ontem alguns policiais que ficaram em serviço durante a greve, reclamaram que também receberam punições por parte do Comandante Igor Magalhães.
 ( Texto e Fotos: Johnata Augusto Amado)

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