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sábado, 18 de fevereiro de 2012

CARNAVAL: A Festa do Improvável




Nascida de uma parte do ser humano que clama pelo improvável e pelo extravagante, eis que mais um ano atingimos esta data breve, agitada e repleta de mistério. Breve por que são apenas quatro dias de folia. Agitada porque são quatro dias em que boa parte da população joga pra fora toda energia acumulada com o estresse dos 365 dias. E mistério porque as fantasias tem o objetivo de camuflar a identidade dos foliões que, perante a sociedade, assumem uma postura mais comportada. Ouvindo as marchinhas desse dileto programa e comparando-as aos sambas contemporâneos, não é difícil perceber que os ritmos sugerem o improvável. No contexto de cada batida se esconde a necessidade humana de ser, nem que seja por apenas quatro dias, um alguém improvável, mergulhado numa fantasia que contrasta com seu perfil. Entretanto vale lembrar que isso, se não feito de maneira prudente, culminará com um peso que se arrastará para o resto do ano. O Carnaval é uma data que não tem uma definição concreta. Mas talvez, seja esse o seu objetivo, ser abstrato, improvável e diferente. Para algumas categorias de foliões isso é profissão, que gera renda e rende trabalho. Para algumas categorias de foliões, essa data é sagrada e se torna uma religião. Mas para grande parte dos foliões, o carnaval é o carnaval. Período carregado de alegria contagiante e que serve para sugar as energias negativas, revitalizando e, ai sim, completando o tanque para um ano cheio de coisas improváveis. E aqui estamos nós. Abastecendo o tanque para mais um ano de vida. E aqui estamos nós, saindo para avenida transformando cachaça em água, pedindo dinheiro a todos, lamentando a tristeza da jardineira, procurando o pente que penteia a nega do cabelo duro e nessa infinidade de marchas, descobrindo um pouco da história de um povo misturado que, com as divergências do tempo, se encontram somente uma vez por ano.
Um bom Carnaval a todos!!!
Johnata Augusto Amado

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