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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Empresas de ônibus de BM começam a apertar o nó

Galera, no post de hoje quero trazer apenas uma breve discussão sobre a questão do transporte em Barra Mansa. A cidade acordou hoje balançada por mais um impasse entre os rodoviários, e as empresas de ônibus da cidade. O Sindicato dos Rodoviários convocou na semana passada essa mobilização, já que as empresas estariam, de acordo com o Sindicato, descumprindo o acordo coletivo. Por outro, o Sindpass enviou uma nota aos órgãos de imprensa revelando que não há nenhum  descumprimento. E no meio de todo esse imbróglio está a população. Aliás, chama a atenção como o povo sempre sofre com a queda de braço de categorias, empresas e políticos.
Mas enfim, o foco aqui é analisar a estrutura desse problema. Esmiuçar essa situação e tentar descobrir o câncer da questão.
Vamos aos tópicos:
1)   Barra Mansa tem 4 distritos e mais de 70 bairros
2)   O município é servido por 3 empresas de ônibus que circulam nesses bairros e distritos, além de outras viações que fazem as linhas intermunicipais.
3)   São várias as regiões periféricas e rurais na geografia da cidade
4)   Temos uma tarifa de ônibus que beira os R$ 3
5)   Temos coletivos destruídos, sem vistorias, com multas, em péssimas condições circulando
6)   E ainda, vez e outra, temos piquetes nessas empresas.

Não vou nem falar da classe rodoviária, porque nesse país o trabalhador é assim mesmo. Sofre pressão de todos os lados. É metralhado pelos impostos. Ameaçados pelos patrões. E quando se movem numa linha de mobilização, são chamados de vagabundos.
O que acontece com os rodoviários da cidade (Volta Redonda também sofre desse mal), é que as empresas que prestam serviço estão acopladas à cidade como um câncer acomodado. Durante governos passados, essas empresas criaram vínculos, raízes e, consequentemente, comodidade.
Não sei o porque dessa dificuldade de enxergar certas coisas, mas o sistema capitalista é algo simples de ser entendido.
Numa cidade, por exemplo, você abre uma licitação, contrata uma empresa, soma os lucros e torce pela felicidade da população.
E quando isso acontece, o governo se acomoda e as empresas também. De ano em ano as passagens de ônibus em Barra Mansa foi sendo reajustada. Veio a febre do bilhete único, e tome reajuste.
As estruturas dos ônibus ficaram em segundo plano, bem como o tal padrão de qualidade que era para ser prioridade. Achar uma linha de ônibus que esteja cumprindo horário, é difícil. Os atrasos são frequentes.
Precisou uma grande onda de manifestação em todo o Brasil, para que nossa sociedade pudesse se atentar a isso. E agora, a verdade começa a vir à tona. Tivemos nos últimos meses a queda de alguns centavos da tarifa de ônibus (à base da pressão popular). Tivemos também a suspensão dos contratos com as empresas e a ordem de uma nova licitação por parte da justiça. E tivemos ainda uma maratona do governo público em cima das empresas, com a fiscalização nos coletivos. Muitos deles bem danificados.
E agora, para coroar toda essa situação, temos mais essa greve, agravada pela violência, diga-se de passagem.
Hoje estive presente na porta da garagem Auto Comercial para acompanhar esse movimento e fiquei impressionado com os relatos das pessoas que lá estavam. Antes do dia amanhecer, o “coro” já tinha comido na porta da empresa. Membros num Honda Civic preto e num Gol cinza, agrediram os grevistas. Adilson, motorista da Auto Comercial teve fratura num dos braços e traumatismo craniano. Foram pauladas, pedradas e até spray de pimenta pra cima dos caras (típico de policia não?). 
Adilson ficou ferido na cabeça após agressão. Ele registrou ocorrência.

As testemunhas afirmaram ainda que a policia militar que estava presente, se omitiu perante as agressões. No entanto nem vou falar sobre isso, porque perderemos o foco e não há provas de que isso realmente tenha acontecido.
Mas a violência é algo preocupante. E o pior, algo constante.
A história é sempre a mesma: funcionários da São João Batista (ou capangas) tentam abafar o movimento usando a violência. Armados eles forçam os trabalhadores a não aderirem os movimentos do sindicato e saem ameaçando tudo e todos.
Hoje eles ultrapassaram os limites de sua garagem, e foram tentar intimidar os funcionários de outra empresa. O fim você já sabe, feriram um motorista e tentaram agredir outros funcionários.
Sinceramente minha gente, essa ação de hoje começa a me preocupar. O setor de licitação da cidade já informou que a nova licitação para o setor dos ônibus está em fase de produção interna e será lançado em breve. Mas sinto que não será o suficiente para eliminar esse serviço de péssima qualidade de Barra Mansa. A São João Batista está na berlinda a muito tempo. Mas com certeza tem pedigree para levar por mais alguns anos essa “nova” licitação.
Até o momento o governo de Jonas Marins tem se empenhado bastante para atender a maior parte das necessidades do município. Além, claro, de estar num esforço tremendo para tentar consertar os erros dos governos passados. Inclusive essa perpetuação dessas viações ai, é obra de passados carnavais.
No entanto a caneta está agora nas mãos de Jonas. E isso requer muita responsabilidade.
Meu blog não é politico, mas tem que cumprir o objetivo que lhe dirigi quando decidi cria-lo. Por isso não posso deixar passar em branco esse fato de hoje. É preocupante essa situação. E causa mal estar do povo para com o governo.
Creio que já está passando da hora de dar um basta nessa história e acelerar a burocracia dessa nova licitação.
Para finalizar quero aqui, não assumir um lado nessa história, mas repudiar as atitudes de violência contra o movimento. Espero que os empresários tenham um pouco mais de responsabilidade perante essa situação para assumirem seus postos de líderes. Só assim poderemos pensar num acordo. No mais, fica aqui minha torcida para uma negociação pacifica, precisa e rápida.
Johnata Amado

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