Depois
de três anos e meio de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) de São
Paulo concluiu o maior mapeamento da história do crime organizado no País, com
um raio X do Primeiro Comando da Capital (PCC). Por fim, denunciou 175 acusados
e pediu à Justiça a internação de 32 no Regime Disciplinar Diferenciado --entre
eles, toda a cúpula, hoje presa em Presidente Venceslau. As provas reunidas
pelos promotores do Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado
(Gaeco) permitiram à construção de um retrato inédito e profundo da maior
organização criminosa do País. Durante três anos e meio, os promotores reuniram
escutas telefônicas, documentos, depoimentos de testemunhas e apreensões de
drogas e de armas. Presente em 22 Estados do País e em três países (Brasil,
Bolívia e Paraguai), a "Família" domina 90% dos presídios de São
Paulo. Lucra cerca de R$ 8 milhões por mês com o tráfico de drogas e outros R$
2 milhões com sua loteria e com as contribuições feitas por seus integrantes -
o faturamento anual de R$ 120 milhões a tornaria uma empresa de médio porte.
Esse número não inclui os negócios particulares dos integrantes, o que pode
fazer o total arrecadado por criminosos dobrar. A principal atividade é
desenvolvida pela facção é tráfico de drogas. Chamado de Progresso, prevê ações
no atacado e no varejo. A denúncia do MPE foi assinada por 23 promotores de
Justiça de todo os Gaecos de São Paulo. O MPE fez ainda um pedido à Justiça de
que seja decretada prisão preventiva de 112 dos acusados. Todos os suspeitos
listados pelo MPE foram flagrados conversando em telefones celulares,
encomendando centenas de quilos de cocaína, toneladas de maconha, fuzis,
pistolas, lança-granadas e determinando a morte de desafetos, traidores e
suspeitos de terem desviado dinheiro da Família.
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