Uma
força-tarefa vai investigar irregularidades em procedimentos com próteses
(usadas como substitutas de membros e articulações do corpo) e órteses
(aparelhos que servem para alinhar ou regular determinadas partes do corpo)
feitos em 20 hospitais, anunciou ontem (25) o Ministério da Saúde. A suspeita é
de cobranças indevidas por implantes que não foram feitos. Entre os hospitais
investigados um é público e os demais privados ou filantrópicos. As informações
são da Agência Brasil. A suspeita surgiu
depois que o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde
(Denasus) identificou "possíveis distorções" em pagamentos feitos em
2012. foram selecionados as unidades que registraram alto índice de cirurgias,
em que mais de uma prótese ou órtese foram implantadas em um paciente. Em cinco
dos estabelecimentos, o percentual de cirurgias múltiplas girou de 54% a 99%,
enquanto o parâmetro, segundo a pasta, é 20%. Adalberto Fulgêncio, diretor do
Denasus, disse que a auditoria vai analisar prontuários de pacientes que
fizeram cirurgias para receber mais de uma órtese ou prótese pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) nos 20 hospitais, localizados nas cinco regiões do país. "Cada
produto desses é registrado, tem um selo que deve estar anexado a todos os
prontuários dos usuários que sofrem uma intervenção cirúrgica para pôr uma
prótese ou órtese", disse Fulgência. Ele ressaltou que no hospital público
a aquisição das órteses e próteses também vai ser auditada para "verificar
se houve superfaturamento, porque neles a aquisição é por licitação". Fulgêncio
declarou ainda que em 2012 o SUS pagou R$ 1 bilhão em órteses e próteses, sendo
que 88% desse valor foi em procedimentos cardiológicos e traumato-ortopédicos,
o foco da auditoria. Caso sejam comprovadas irregularidades, o Denasus poderá
solicitar o ressarcimento do recurso público usado de forma indevida. Os
responsáveis podem responder criminal, administrativa e eticamente. A
força-tarefa será instituída em portaria, que deve ser publicada esta semana no
Diário Oficial da União e tem previsão para começar a investigação nos próximos
dez dias. O grupo terá 60 dias para concluir as apurações.
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